quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Sociedade de Porcelanas

http://mfls.blogs.sapo.pt/
tag/sociedade+de+porcelanas+de+coimbra)
A Sociedade de Porcelanas de Coimbra foi fundada em 1922. No ano de 1936, alegadamente, devido a problemas económicos foi adquirida em parceria pela Vista Alegre (Ilhavo) e pela Electro-Cerâmica do Candal (Gaia) em cotas iguais. No final dos anos 40, a Vista Alegre adquire também a Electro-Cerâmica do Candal, passando então a ser a única proprietária da Sociedade de Porcelanas de Coimbra, passando a produzir na fábrica de Coimbra as duas marcas nas suas peças.
Em 2005, após período conturbado entre a sua administração, encerra tal como tantas outras fábricas deste ramo na região.


Esta fábrica é, talvez, a mais Conimbricense de todas as que visitei. Digo isto porque se localiza em plena malha urbana da cidade, entre a Portagem e a zona do Calhabé. Explorei-a em Maio deste ano, num dia de muito calor em que contei com a companhia de uns quantos amigos. Fiquei transtornado. Não raras vezes por lá tinha passado e reparado que havia roupa estendida numa sala que se vislumbra desde a estrada. Mas, estes pequenos indícios não me tinham preparado para o que lá encontrei. Deparei-me com famílias de imigrantes, de leste suponho, a viverem no meio de toda esta destruição. Estava eu a percorrer a fábrica metro a metro, disparo a disparo, quando subitamente me encontrei literalmente dentro da casa destes cidadãos. Sem qualquer tipo de condições vivem ali, numa miséria indescritível, talvez uma dezena de pessoas. Não estava à espera, já visitei fábricas e edificios devolutos um pouco por todo o país e, apesar de frequentemente me deparar com alguns "habitantes" destes locais, nunca tinha visto homens e mulheres, novos e velhos a dividirem o mesmo tecto num sitio tão inóspito. Talvez por isso, adiei durante tanto tempo este report. Espero que gostem mais do resultado do que eu gostei de o registar...



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Inquérito aos Exploradores Urbanos Portugueses

Se és um Explorador Urbano Português, preenche por favor o inquérito no link abaixo e ajuda-me a compreender melhor a prática do Urbex. São só dois minutos. Obrigado!


Termas da Amieira (Outubro 2013)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Mosteiro de Verride

Tive a oportunidade de visitar o Convento de Almiara (outro nome pelo qual é conhecido) duas vezes, em nenhuma das duas saí satisfeito. Ora porque as centenas de morcegos não me permitiram aceder ao primeiro piso, na primeira visita. Ora porque, estupidamente ou por força do hábito urbexer me esqueci de levar o tripé. Assim e por me faltar fotografar a igreja e a "loja" ou cavalariças, fica prometida uma terceira visita ao local com equipamento a rigor. Eu é que já estava farto de esperar por lá ir novamente para colocar as fotos, sendo assim resolvi postar e, mais tarde retificar o tópico acrescentando as fotos em falta.

O imóvel em questão situa-se a meio caminho entre Coimbra e a Figueira da Foz, mais concretamente em Verride em plenos Campos do Mondego. Foi pertença dos Frades do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra e funcionava como uma espécie de colónia de férias para Frades. Foi muito importante para a região na medida em que, foram estes frades os responsáveis pelo cultivo do arroz na zona atividade essa que nos dias de hoje ainda subsiste. O edifício esteve na posse dos Frades durante cerca de 800 anos, pelo meio pertenceu aos Monges da Ordem de Santana que o voltaram a vender aos Frades. O Mosteiro foi sofrendo, ao longo dos anos, várias obras que modificaram substancialmente o seu aspeto, destaca-se a construção do torreão e a remodelação da capela nos séculos XVII e XVIII respetivamente. 

Infelizmente está completamente ao abandono e tomado pelas silvas. Da riqueza que se adivinha num edifício com mais de 800 anos, só sobra um fresco datado de 1755 pintado na sala cimeira do torreão. A igreja foi completamente despojada e só sobram estruturas em madeira e os azulejos que decoravam todo o edifício também foram roubados e não há nem sinal de para onde poderão ter sido levados. Achei particularmente engraçada uma estrutura de planta circular independente do edifício que suponho tenha sido um pombal (última imagem) onde involuntariamente encontrei até uma cache de geocaching.






















quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fábrica de Malhas Redinizes

Desta vez fui visitar uma das últimas fábricas do tecido industrial Conimbricence a fechar. Esta fábrica nasceu em 1955 e encerrou 50 anos depois, no ano de 2005. Coimbra foi, em tempos, um grande centro industrial da produção de malhas e tecidos, do qual até 2005 sobrou a Redinizes. Aquando do seu encerramento empregava 35 colaboradores, estávamos no mês de dezembro e a freguesia de S. Paulo de Frades via uma tragédia social acontecer a menos de dez dias do dia de Natal. Segundo relatos da altura, no final do turno desse malfadado dia ficou por pagar o subsídio de férias e o de natal por alegada rutura "económica e financeira". O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro por seu lado, alegou que teria sido a "especulação imobiliária" a ditar o encerramento desta fábrica da Rocha Nova uma vez que era possuidora de um "grande património". Fui surpreendido pela morfologia desta fábrica, a mistura do clássico industrial do estado novo com a estrutura pentagonal que funcionava como um showroom foi uma novidade para mim. Além disso, não fazia sequer ideia da existência desta fábrica! Não fosse um bom amigo, que sabe da minha panca por abandonos, e provavelmente nunca a teria "explorado". Por esse facto lhe agradeço. Espero que gostem da reportagem...